A independência financeira é algo que muitas pessoas almejam alcançar em suas vidas. Para tanto, vários artifícios podem ser utilizados. Dentre os quais, a frugalidade pode ser uma das peças-chave nesse processo. Mas você sabe o que é ser frugal?
Apesar deste ser um termo já muito conhecido entre as pessoas que buscam a independência financeira, nem todo mundo o conhece e o compreende adequadamente. Mas não se preocupe, iremos te explicar tudo, a partir de agora, neste artigo.
Então, fique ligado e tenha uma excelente leitura!
O que é frugalidade?
Se você procurar em um dicionário de língua portuguesa, encontrará que uma das definições de frugal é alguém que não precisa de muito para se satisfazer. Essa é a característica básica de uma pessoa adepta da frugalidade.
No tocante à vida financeira, âmbito no qual o termo costuma ser bastante utilizado, pode-se dizer que a frugalidade é a moderação nos gastos. Um indivíduo frugal nada mais é do que alguém que possui controle das suas ânsias de consumo.
Na sociedade contemporânea, o consumo é uma das engrenagens fundamentais de nossas vidas. Somos diariamente compelidos a comprar e comprar cada vez mais através da propaganda. Nesse sentido, acabamos por reconhecer demandas que antes não existiam.
Por isso, muitas vezes, é extremamente complicado resistir “ao canto da sereia” da publicidade e da mídia. Dessa forma, costumamos consumir muito mais do que realmente necessitamos e às vezes sequer utilizamos corretamente os equipamentos que compramos.
Uma pessoa frugal tenta na medida do possível utilizar moderadamente seus recursos financeiros, escolhendo-os empenhar em bens de seu real interesse. Dessa forma, ele busca não ceder aos padrões exagerados de consumo atual.
A frugalidade monástica
Além dos aspectos financeiros, a frugalidade pode adquirir aspectos espirituais. Líderes espirituais de algumas religiões costumam buscar uma vida frugal como forma de abnegação e conexão com o plano divino. Nesse contexto, pode-se citar os exemplos dos franciscanos na Igreja Católica Romana ou os monges no Budismo.
Então, ser frugal é o mesmo que ser mesquinho?
Levando em conta o conceito de frugal, muitas pessoas acabam por compreendê-lo erroneamente. Há quem acredite que a frugalidade e a mesquinhez podem ser tratadas como termos equivalentes ou correlatos. Contudo, esta não é a verdade.
Os dois termos representam perfis de indivíduos diferentes. Um frugal é alguém que gasta moderadamente com bens supérfluos e foca em usar seu dinheiro em prol do que realmente importa para ele. Já uma pessoa mesquinha é alguém que evita gastar inclusive com as coisas que gosta.
Aí que mora a diferença: a ideia de uma vida frugal não é se privar do que é necessário em virtude de guardar dinheiro, como os mesquinhos costumam fazer. O foco é direcionar seu dinheiro para o que realmente importa e te interessa, ou seja, maximizar o uso da sua renda em prol do seu desenvolvimento pessoal.
As principais características de uma vida frugal
Pode-se dizer que a vida frugal está baseada em princípios básicos, que correspondem às suas principais características. São elas que guiam o indivíduo na correta administração do dinheiro e assim alcançar uma maior estabilidade na sua vida financeira. Conheça elas:
Gastar com o necessário
Como você já deve ter percebido, uma característica importante na vida frugal é o controle dos gastos. Algo que grande parte dos brasileiros não faz. Em pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil, 48% das pessoas revelaram que não fazem qualquer tipo de controle ao propor orçamento.
Um dado bastante alarmante para a necessidade de se buscar um maior equilíbrio nas contas. Afinal, existe uma série de coisas que consumimos por puro consumismo; elas não agregam nada em nossa vida e poderiam facilmente serem cortadas. Um exemplo que comumente é usado é o do cafezinho.
Contudo, cabe ressaltar que a frugalidade não requer uma vida de privações. A pessoa que deseja adotar a frugalidade deve analisar quais são seus interesses e necessidades. Portanto, se você considera interessante e saudável para suas finanças manter o cafezinho, fica a seu critério mantê-lo.
Maximizar o uso dos seus bens
Uma característica fundamental da vida frugal é a quebra com o ciclo vicioso de consumo. Na sociedade atual, estamos sempre sendo expostos a novos estímulos de compra. De acordo com outra pesquisa do SPC Brasil e da CNDL, apenas 31% dos brasileiros são consumidores conscientes.
Isso significa que muitos cedem à ânsia constante de compra, gerada pelos estímulos da propaganda. O celular mais moderno hoje, daqui um mês já possui uma nova versão. Assim, somos instigados a comprar o novo aparelho sem, muitas vezes, sequer entender o upgrade. O que ele trará de novo que seja realmente útil?
Portanto, a frugalidade entende que é necessário comprar conscientemente e zelar pelos bens que já possuímos. Dessa forma, ao invés de comprar um aparelho celular todo ano é preferível cuidar do seu e trocar quando este já possuir um período de uso maior e realmente apresentar defeitos de funcionamento.
Lembrando, sempre, que ao ser frugal você não precisa, necessariamente, comprar o mais barato. A frugalidade não requer uma economia exagerada em todos os aspectos da vida. Você pode comprar um aparelho topo de linha e ainda assim ter uma vida frugal. Basta apenas não entrar no ciclo de consumo compulsivo.
Quais os benefícios da vida frugal?
O maior benefício de uma vida frugal será observado na sua vida financeira, algo que você já deve ter percebido ao longo dos parágrafos anteriores. Ao aderir a um ritmo de consumo mais consciente, você irá aproveitar melhor o montante que recebe com o seu trabalho.
Pois ocorre o que se chama de aumento no poder de aporte, ou seja, aumenta-se positivamente a diferença entre o que se ganha e o que se gasta em um mês. Isso gera alguns repercussões práticas e bastante interessantes, como:
- Capacidade de juntar mais dinheiro;
- Maior controle do orçamento doméstico;
- Possibilidade de investir;
- Melhor aproveitamento do salário.
Vida frugal é sinônimo de uma vida financeira estável?
Não é nem preciso ir mais a fundo para entender que a vida frugal é uma peça chave quando se fala em uma vida financeira estável e saudável. Através desse estilo de vida, somos convidados a rever e refletir sobre nossos gastos, o que nos permite uma melhor administração do nosso dinheiro.
Obviamente, a frugalidade não deve estar sozinha na jornada de construção de uma vida financeira estável. No tripé básico da independência financeira, o controle dos gastos é só uma das pernas. É necessário ainda renda e investimentos.
Para se alcançar a tão almejada estabilidade financeira é essencial possuir todas as três pernas do tripé. No entanto, pode-se dizer que a frugalidade pode ser o primeiro passo em direção ao sucesso e não deve ser ignorada de forma alguma no processo.
Como praticar a frugalidade na vida?
É provável que após listar tantos benefícios da frugalidade, você também queira aderir a uma vida frugal. Saiba que não é algo complicado e tudo que precisa é dar o primeiro passo. Para te ajudar vamos te passar dicas importantes que vão ajudar no processo. Então presta atenção!
Faça um exame de autoconhecimento
Este deve ser o primeiro passo ao aderir a uma vida frugal. Como já foi dito muitos dos nossos padrões de consumo são oriundos da propaganda e não dos nossos anseios pessoais. Por isso, uma prática necessária é a identificação do que importa para você.
Um exame de autoconhecimento é algo que pode demandar um pouco de tempo e reflexão, mas será muito esclarecedor e necessário. Ao reconhecer suas demandas individuais de consumo, você poderá definir que padrões de consumo podem ser cortados da sua vida.
Trace o caminho do seu dinheiro
Mais um ponto chave na implementação da frugalidade em nossas vidas. Normalmente, as pessoas não sabem como gastam os seus salários. Muitas até contabilizam os gastos maiores e fixos, como aluguel, mas as variáveis que ocorrem no dia a dia são ignoradas.
É importante anotar as suas despesas, todas elas. Assim, é possível reconhecer o caminho que o seu dinheiro faz ao longo do mês. Com essa informação fica mais fácil propor soluções e realizar cortes em hábitos supérfluos. Aliás, essa é a próxima dica.
Corte os gastos supérfluos
Existe uma série de gastos supérfluos que podem ser extintos em nosso orçamento. Por exemplo, é comum atualmente possuir diversas contas em serviços de streaming. Mas você utiliza todos aqueles que você paga? Por vezes, esse é um gasto fixo e que não traz nenhuma utilidade.
Outro ponto que pode ser pensado é o da alimentação no trabalho. Você pode substituir as idas a restaurantes ou os pedidos de delivery no almoço por marmitas feitas em casa, por exemplo. Tudo o que citamos são exemplos, através da análise da sua realidade você identifica onde serão os cortes.
Fuja da ostentação
O consumo pode ganhar ares de autoafirmação, quando pensamos na ostentação. Neste caso, as pessoas compram bens não por interesse próprio ou por real necessidade, mas sim na intenção de impressionar as pessoas ao seu redor.
A frugalidade dispõe sobre o inverso da ostentação. Você deve seguir os seus desejos de consumo individuais. Até porque comprar um produto apenas por uma questão de autoafirmação não é algo inteligente, muitas das vezes os produtos podem sequer responder às suas expectativas de uso.
Faça listas de compra
Este é um hábito que precisa ser imposto na vida dos consumidores. Ao fazer uma lista de compra, é gerado um guia do que se deve buscar. Quando vamos a uma loja ou supermercado com ela é menor o risco de trazer itens que não eram necessários.
Pense em quantas vezes você foi comprar um item no mercado e acabou voltando com mais coisas, simplesmente porque na hora pareceu interessante pegá-los. Ou você cometeu o erro de ir ao supermercado com fome! Por isso, é crucial integrar a elaboração de listas aos seus hábitos de consumo. Ela ajuda a manter o foco no momento das compras e a não dispersar.
Por fim, gostou do conteúdo? Acompanhe nosso blog e saiba mais sobre organização da vida financeira.
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